Para os empresários do setor de comércio e serviços, o último trimestre costuma ser o mais aguardado para movimentar os negócios, sobretudo por causa das festas de fim de ano. Isso leva as empresas a ampliar o quadro de funcionários para suprir a esperada demanda do período. A crise econômica, no entanto, tem derrubado as expectativas dos executivos do segmento, que têm colocado o pé no freio para se ajustar à época de vacas magras. Nove em cada dez empresários (88%) disseram que não contrataram nem pretentem contratar funcionários para reforçar o efetivo no fim do ano. Apenas 7% afirmaram que ainda não admitiram ninguém, mas o planejam fazer até dezembro. Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgado nesta quinta-feira. Segundo o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a explicação para esse desânimo generalizado está na conjuntura atual da economia. "O empresariado imagina que os resultados do Natal, a principal data comemorativa em número de vendas e faturamento, serão ruins, o que os impede de investir em infraestrutura e, principalmente, desestimula a contratação de mão de obra", afirmou Pinheiro. Segundo a pesquisa, 45% dos empresários esperam vendas piores para os últimos meses do ano. Outros 28% projetam um desempenho igual a 2014. Entre as principais razões apontadas pelos executivos para o pessimismo, estão as mudanças na política e no cenário econômico atual (32%), o desemprego (20%) e a inflação alta e diminuição no poder de compra das famílias (16%)

