Pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, identificaram a proteína presente no sêmen que é responsável pela penetração do espermatozoide no óvulo e, portanto, responsável por fecundá-lo. A descoberta abriu caminho para a criação do primeiro anticoncepcional masculino do mundo e também para ampliar os tratamentos para a infertilidade. O estudo foi publicado nesta quinta na revista “Science”. A proteína é chamada de calcineurina e está ligada ao transporte de cálcio no organismo. A calcineurina está presente em vários tipos de células, desde os espermatozoides até os linfócitos do sistema imunológico. Os cientistas, liderados por Masahito Ikawa, conseguiram isolar o tipo específico que está presente no espermatozoide. Esse tipo de calcineurina está diretamente relacionado à mobilidade do gameta. Quando há deficiência, a parte intermediária da cauda do espermatozoide não consegue se dobrar e assim ele não tem o impulso necessário para penetrar a membrana que protege o óvulo, apesar de conseguir nadar normalmente. Com técnicas de engenharia genética, o professor Haruhiko Miyata criou camundongos com deficiência de calcineurina no sêmen e descobriu que esses machos eram inférteis. A equipe também descobriu que camundongos selvagens tratados com inibidores de calcineurina – como ciclosporina e FK506 – se tornaram estéreis em duas semanas. Depois de uma semana sem ingerir os inibidores, eles voltaram a ser férteis.
