É natural que meninas pequenas, ao observarem a forma como suas mães se vestem, tenham vontade de copiar o estilo e usar as mesmas peças. Para algumas marcas, esse parece ser o ponto de partida para investir em itens voltados para esse público, como, por exemplo, um sutiã para crianças de 4 a 6 anos. O modelo vem inclusive com enchimento de espuma, já que, nessa idade, os seios ainda não começaram a crescer. No Facebook, uma foto do produto circula e já revoltou muitas mulheres, que criticam o um possível estímulo à sexualidade precoce. A foto do produto foi publicada por Renata Octaviani, que encontrou o sutiã em uma loja e levantou a polêmica na internet, questionando a peça. "O mundo enlouqueceu ou só a empresa que lançou isso?", escreveu na legenda. Em pouco tempo, a postagem recebeu dezenas de comentários e compartilhamentos, gerando grande comoção entre mães. Entre as postagens com críticas pesadas, mulheres diziam que é "coisa de louco", que é "erotização das crianças e incentivo à noia com o corpo" e até que "pedófilos vão pirar" com o produto. Renata explicou o que achou quando encontrou a peça em uma loja. "Tem consumidor que é inconsequente (não necessariamente a mãe, pode ser pai, tio, tia) e vai comprar pq a menina pediu (por curiosidade, por influência de propaganda, pq acha que tem que imitar a irmã mais velha), não consegue conversar e talvez não enxergue que está sexualizando a criança pra um monte de maluco. E mexendo com a cabeça dela, que vai achar que dos 4 aos 6 anos deveria ter volume no peito (pq "espuma protetora" é conversa mole) ou até soutien simples mesmo. Soutien tem função de sustentação do peso da mama. Criança não tem mama. Então a empresa criou uma demanda baseada em outros valores que não a eventual funcionalidade da peça. (...) A culpa mesmo é da empresa criando demanda e transformando meninas em mini mulheres. Empresa com dinheiro pra fazer muita propaganda (direta ou inclusão em seriados, novelas, desenhos, venda em grandes redes) se aproveitando da existência de gente sem discernimento e consumista", escreveu. (Bolsa de Mulher)
