É possível transmitir o excesso de peso de mães para filhos? É isto que a ciência tem questionado no sentido de tentar perceber se a tendência para engordar poderá ou não ser genética ou hereditária. Foi o que questionaram também os investigadores do Centro de Investigação da Obesidade Infantil da Escola de Mediciona Keck da Universidade do Sul da Califórnia. O grupo de investigadores descobriu variações nos carboidratos complexos que se encontram no leite materno, chamados oligossacáridos do leite humano (HMO), que estão associados com as variações no crescimento e na obesidade infantil. Sabe-se que os HMO, componente natural do leite materno, tem um papel no desenvolvimento do sistema imunológico infantil. Este estudo, publicado no American Journal of Clinical Nutrition é o primeiro a identificar variações neste componente que fazem dele um possível fator protetor ou de risco no que toca à obesidade infantil, destaca a investigadora Tanya Alderete, citada pelo ABC. Para este estudo os investigadores analisaram 71 trabalhos anteriores sobre este tema e concluíram que o leite materno reduz a prevalência do excesso de peso e a obesidade em cerca de 10%, comparativamente ao leite de fórmula. No entanto, de acordo com os investigadores, certas combinações das HMO no leite materno podem fazer com que isto varie. A composição do leite materno individual é, como asseguram, mais determinante na hora de prever a obesidade do que até a obesidade da mãe e o seu ganho de peso durante a gravidez.
