Durante o governo do tucano Aécio Neves (2003-2010) foram emprestadas aeronaves do Estado para deslocamentos de políticos, celebridades, empresários e outras pessoas de fora da administração pública a pedido de Aécio. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo, com base nos registros do Gabinete Militar de Minas Gerais. No entanto, como destaca a publicação, as viagens não possuem amparo explícito na legislação que desde 2005 regula o uso das aeronaves oficiais do Estado, um decreto e uma resolução assinados por Aécio Neves. A assessoria do tucano afirma que a legislação estabelece apenas diretrizes, que os voos foram regulares e atenderam a interesses do Estado. A reportagem da Folha teve acesso a relação dos 1423 voos por meio da Lei de Acesso à Informação. Os documentos apontam voos entre janeiro de 2003 e março de 2010 em que o nome Aécio está como solicitante. A Folha identificou que em 198 voos (dos 1423) não houve a presença de Aécio nem de agentes públicos autorizados pela legislação a usar essas aeronaves, como secretários de Estado, vice-governador e o presidente da Assembleia Legislativa. A publicação refere ainda que dois desses voos solicitados por Aécio foram usados em 2004 —um ano antes da edição do decreto e da resolução— pelo apresentador da Rede Globo Luciano Huck, amigo de Aécio, para se deslocar de Belo Horizonte ao interior de Minas Gerais. Além disso, um desses voos teve a presença da dupla Sandy e Júnior, que na ocasião gravava em Minas um novo quadro para o "Caldeirão do Huck", o "Quebrando a Rotina".
