Quando a atriz britânica Emma Watson fez campanha a favor da igualdade entre gêneros na Organização das Nações Unidas (ONU), ela não sabia que estava tornando a si própria um alvo da perseguição por uma turba global. Tampouco sabia a desenvolvedora de jogos Zoe Quinn que ela seria vítima de abusos por entrar num mundo predominantemente masculino - a campanha de ódio, chamada "Gamergate", começou quando seu ex-namorado a acusou de ter conseguido uma boa cobertura da mídia de um de seus jogos ao oferecer favores sexuais. PUBLICIDADE O que veio depois foi um assédio misógino de outros jogadores online, inclusive com ameaças de estupro e morte. De forma similar, a atriz americana Jennifer Lawrence tornou-se vítima de um "crime sexual" depois que fotos em que estava nua foram vazadas e distribuídas pelo mundo digital. Como estes, há muitos outros exemplos: em tempos de constante conectividade, a tecnologia virou uma ferramenta para "atacar mulheres e meninas", alerta a ONU. Milhões de mulheres no mundo são alvo de violência doméstica só por serem o que são: mulheres. E a popularização de tecnologias de comunicação e redes sociais viabilizaram novas formas de violentá-las. Está na hora de o "mundo despertar" para a importância deste assunto, disse a ONU. A organização estima que 95% de todos os comportamentos agressivos e difamadores na internet tenham mulheres como alvos.