Que tal aproveitar esta época do ano, se inspirar no espírito natalino e se engajar em um trabalho voluntário? Além de ajudar o próximo, doar um pouco de tempo a um desconhecido faz bem ao corpo e à mente. E não é preciso um grande gesto: mesmo pequenas atitudes, se feitas com generosidade e de “coração aberto”, são potencialmente benéficas para a saúde. Segundo o médico e neurocientista Jorge Moll Neto, experimentos utilizando mapeamento cerebral por ressonância magnética mostraram que pessoas que fizeram doações para instituições de caridade tiveram os mesmos “centros de recompensa” do cérebro ativados que indivíduos que se dedicaram a outros eventos prazerosos, como comer chocolate, receber um elogio ou uma soma em dinheiro ou ouvir música. — Vimos também que o doar ativou, de forma seletiva, duas regiões do cérebro (o córtex subgenual e a área septal) que estão relacionadas ao sentimento de apego, de pertencimento. Essas regiões estão envolvidas, por exemplo, no cuidado que uma mãe tem com o filho e na união entre casais. Ou seja, quando você age em favor de uma causa ou princípio importante, você está ativando um sistema que foi desenvolvido ao longo de milhões de anos para promover os laços familiares e de amizade, explica Jorge Moll Neto, autor da pesquisa e diretor-presidente do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR). Além disso, de acordo com o especialista, nos últimos anos, estudos vêm acumulando evidências de que o engajamento voluntário em causas sociais e o empenho em promover o bem-estar alheio estão associados tanto à maior longevidade quanto à redução do risco de diversas doenças, como problemas cardíacos e depressão, por exemplo. Para a psicóloga Teresa Beatriz Eder, estender a mão aos mais necessitados valoriza o ser humano e dá um novo sentido à vida.