O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que aspira ter poderes executivos em seu atual cargo, citou a Alemanha de Hitler como um exemplo de sistema presidencial eficaz. Erdogan, que foi primeiro-ministro da Turquia de 2003 a 2014, quer reformar a Constituição turca para transformar o papel cerimonial do presidente em um cargo executivo, similar ao que ocorre nos Estados Unidos, França e Rússia. Questionado pela imprensa durante o retorno de uma visita à Arábia Saudita, na noite de quinta-feira, se um sistema presidencial era possível, mantendo a estrutura unitária do Estado, ele afirmou: "Já existem exemplos no mundo. Você pode ver isso quando olha para a Alemanha de Hitler". Em seguida, acrescentou que "há vários exemplos posteriores em outros países". Uma autoridade do governo turco disse à agência Reuters que os comentários de Erdogan foram retirados de contexto. "Há bons e maus exemplos de sistemas presidenciais, e o importante é colocar freios e contrapesos no lugar", disse. "A Alemanha nazista, sem arranjos institucionais adequados, foi, obviamente, um dos exemplos mais vergonhosos da história." O partido islamita fundado por Erdogan, o AKP, pretende aprovar uma nova Constituição após sua vitória por maioria absoluta nas eleições legislativas de novembro. A oposição concorda com a necessidade de nova Carta Magna - a atual foi aprovada em 1982, durante uma ditadura militar -, mas se opõe ao estabelecimento de um sistema presidencial por temer que Erdogan acumule poder demais em suas mãos. (Veja)

