Quase um ano após os atentados que deixaram 12 mortos na redação da Charlie Hebdo, a publicação satírica lançou uma edição especial ontem segunda-feira (4/1), relembrando a data. A capa do especial de 32 páginas traz uma representação de um deus como um assassino, com as mãos cheias de sangue, no nome de quem são cometidos crimes em todo mundo, como aquele realizado em 7 de janeiro de 2015. "Um ano depois, o assassino continua a solta", diz a manchete, que também lembra que os chargistas da Charlie Hebdo "continuam vivos". Como de costume, a edição especial é cheia de piadas de blasfêmia e obscenidade, que profanam diversas religiões. Em janeiro do ano passado, homens armados abriram fogo na redação da publicação conhecida por tirar sarro de Maomé. Segundo a sharia – a lei islâmica – representar o profeta, especialmente de forma satírica, é um pecado grave e uma falta de respeito. O ataque ao jornal satírico foi o primeiro em um ano marcado pelo aumento das ações dos jihadistas do Estado Islâmico (EI, ex-Isis). No total, ao menos 147 pessoas foram mortas em ações terroristas ao longo de 2015 na França. A Conferência Episcopal da França condenou a provocação. "É desse gênero de polêmica que a França precisa?", questionaram em nota.

