Um mutirão de cirurgias de catarata realizado no último dia 30 de janeiro no Hospital de Clínicas de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, provocou contaminação em 21 dos 27 pacientes que fizeram o procedimento, informou a Secretaria Municipal de Saúde. De acordo com O Globo, os pacientes contrairam uma infecção ocular provocada pela bactéria Pseudomona e alguns relataram que perderam a visão. A origem do problema ainda está sendo investigada. A reportagem refere que o aposentado Expedito Batista tinha catarata em um dos olhos e se submeteu à cirurgia. Devido a infecção, Batista conta que perdeu totalmente a visão do olho direito. "Eu tinha 70% da minha visão, entrei bem para operar, para melhorar, e eu praticamente saí pior. Não enxergo nada"; relatou em entrevista ao "Bom dia Brasil", da TV Globo. Segundo a secretária municipal de Saúde de São Bernardo do Campo, Odete Gialdi, está descartada a hipótese de infecção hospitalar. "Nós sabemos que essa bactéria não faz parte da flora bacteriana do hospital. Portanto, não é um infecção hospitalar. Tanto que nós tivemos, naquela semana, a realização de, pelo menos, 68 outras cirurgias no hospital, algumas mais complexas, como neurocirurgias, em que o paciente fica mais tempo no centro cirúrgico, ou mais tempo internado como cirurgias ortopédicas e nós não tivemos nenhuma intercorrência", destacou a secretária que lembrou que serão necessários exames laboratoriais para descobrir a causa da contaminação. A Secretaria de Saúde de São Bernardo do Campo disse, em nota, que tem tomado as medidas de cuidado e assistência aos pacientes e familiares. A pasta refere que os procedimentos foram realizados por uma clínica terceirizada contratada para executar serviços de oftamologia. O contrato com a clínica está suspenso até o fim das investigações. Em 2015, diz a nota, "946 cirurgias de catarata foram feitas sem registro de qualquer problema ou complicação". Também de acordo com a secretaria, uma comissão de sindicância foi instituída para apurar as causas do ocorrido. "Ressaltamos que trata-se de episódio pontual, isolado a este evento. Além das medidas já adotadas, outras poderão ser tomadas de acordo com o resultado das investigações em curso", afirma o comunicado. Segundo O Globo, a comissão tem 30 dias para se posicionar.
