Dos 202 focos do mosquito Aedes aegypti identificados em Curitiba neste ano, 90 foram encontrados em residências. O total representa 44,5% dos criadouros localizados pelas equipes da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e, segundo o órgão, indica a falta de cuidados de muitos moradores para evitar que o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya se reproduza. “Apesar da mobilização do poder público e da intensa participação da mídia e de vários setores da sociedade civil organizada, ainda recebemos diversas denúncias relacionadas a domicílios do município. São problemas que estão no quintal de pessoas que não tomam os devidos cuidados para combater o Aedes”, afirma a coordenadora do Centro de Operações Especiais em Saúde (Coes), Juliane Oliveira. Além das residências, há 887 locais estratégicos na cidade – entre eles, estabelecimentos comerciais, como ferros-velhos, floriculturas e borracharias – que são vistoriados quinzenalmente por agentes de combate a endemias. Neles, foram encontrados 52 focos (25,7%). “Como são locais propícios para o acúmulo de água e desenvolvimento do mosquito, nossas equipes fazem vistorias periódicas nesses espaços para reforçar as orientações ao proprietário e aplicar larvicida, quando necessário. Mesmo assim, vemos que esse esforço não tem sido o suficiente para conscientizar essas pessoas”, afirma a bióloga Tatiana Robaina, do Programa Municipal de Controle do Aedes. O último informe de monitoramento da dengue, zika e chikungunya em Curitiba, divulgado nesta quarta-feira (23), revela que a cidade tem 342 casos confirmados de dengue (338 importados e quatro autóctones), dois óbitos por dengue (casos importados da doença), 39 episódios de zika (35 importados e quatro autóctones) e oito casos de chikungunya (todos importados).
CUIDADOS
Para combater o Aedes aegypti, é fundamental eliminar locais ou objetos que sirvam de depósito para água e favoreçam o desenvolvimento do mosquito, como tampas, pneus, vasos ou garrafas. Entre as dicas estão manter a caixa d’água fechada; limpar as calhas, removendo folhas, galhos e outros objetos que impeçam a passagem da água; escoar a água acumulada sobre a laje; tratar ralos com pouco uso com um pouco de água sanitária; encher os pratinhos dos vasos com areia; guardar garrafas vazias de cabeça para baixo; manter pneus velhos em locais cobertos. Os cuidados não podem ser feitos uma única vez, devem ser rotineiros e repetidos todas as semanas.
MULTA
Como forma de reforçar a campanha educativa e conscientizar todos os moradores sobre a importância de adotar medidas de combate ao mosquito, a SMS intensificou a aplicação de infrações a proprietários de imóveis que negligenciarem os cuidados necessários. Após o trâmite e julgamento dos processos, as multas aplicadas podem variar de R$ 200 a R$ 7 mil. (Uol)

