Jacobina News – O Maior Portal de Notícias de Jacobina e Região 2016-04-09 18:00:00

Não é por maldade nem por falta de educação: algumas crianças simplesmente têm mais dificuldade do que as outras para compartilhar seus brinquedos, roupas e até a atenção dos pais. Perceber essa tendência comportamental é simples. Em uma reunião familiar ou em uma festa infantil, por exemplo, tudo vai bem até que se ouve o choro de um pequeno porque o amiguinho não empresta algo durante a brincadeira. A manha também pode vir da criança que não tem intenção de dividir e se sente invadida. Aí está alguém que não gosta que seus pertences sejam de domínio público. Via de regra, os pais da criança que não quer compartilhar sentem-se constrangidos diante da situação, principalmente por acharem que estão errando na educação do filho. Não deveriam, pois isso está além do controle inicial deles, como explica a psicóloga Mara Pusch, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp): “Na primeira infância, a criança acha que tudo é apenas dela, inclusive a mãe e o pai, que as coisas acontecem por causa dela. Então, emprestar não é uma alternativa. Um pouco adiante, quando ela compreende seu espaço e que existem pessoas com quem precisará dividir o mundo, a situação muda e o compartilhar fica mais fácil, embora não deva ser forçado”. A psicopedagoga Maria Carolina Oliveira, especializada em educação na cidade de Reggio Emilia (Itália) e na Universidade de Harvard (EUA), complementa: “No auge do egocentrismo, por volta dos dois anos de idade, a criança não verbaliza e reage com o corpo. Pode passar pelo amigo e arrancar seu brinquedo, porque, em sua fantasia, o mundo gira ao seu redor, o outro não existe e é seu desejo ter aquilo. Com a linguagem mais desenvolvida, cria argumentos - ‘Não quero emprestar porque não é meu amigo’. Todo esse movimento faz parte do desenvolvimento infantil. Não há nada de ruim, é a construção da personalidade”.

Filho único: Há quem acredite que filhos únicos são, obrigatoriamente, mais egoístas do que crianças que tenham irmãos. “Em tese, a criança que não precisa dividir seus pertences em casa terá mais dificuldade para fazê-lo em um contexto social”, diz Mara. Mas isso não é regra, de acordo com Maria Carolina. “Há filhos únicos cujos pais são solidários, têm o costume de compartilhar. Convivendo com esse modelo, eles assimilam tranquilamente a partilha e percebem mais rapidamente o valor do brincar junto”, exemplifica.

O que fazer quando o filho não compartilha? Um erro comum dos pais é interferir nos momentos de disputa por um brinquedo e tentar convencer a criança de que ela precisa, sim, emprestá-lo. “O adulto tem que respeitar que nem sempre se deve dividir, assim como ele próprio não empresta tudo o que tem aos amigos. É legal compartilhar, mas não é obrigatório”, afirma Mara. Ela defende, ainda, que “o egoísmo, em certa medida, faz bem à saúde emocional e ajuda a formar a identidade da pessoa”. O caminho ideal para lidar com a situação é por meio do diálogo. Em vez de fazer o papel de mediador, ouça o que seu filho tem a dizer sobre a atitude. Pode ser um problema específico com aquele amigo, que nunca divide nada com seu pequeno (e ele se sente injustiçado). Pode ser que ele ache que vá perder o brinquedo. “Algumas crianças pequenas acreditam que, ao emprestarem algo, isso não será mais seu, não terá volta. Cabe aos adultos explicarem o que é o empréstimo”, ensina Maria Carolina. A partir daí, entram em jogo as negociações. Sugira que seu filho faça uma troca temporária de brinquedos com o outro. Marque o tempo que cada um poderá usar o objeto alheio – e garanta o cumprimento dele. “A intervenção tem que ser imediata, como quase tudo ligado ao universo infantil. Se deixar passar muito tempo, perde o sentido”, aconselha a psicopedagoga. É importante lembrar que esse comportamento é parte do amadurecimento da criança e não durará para sempre. Ao fim da primeira infância, por volta dos seis anos de idade, é comum o sentimento de posse diminuir consideravelmente. A entrada na escola facilita esse processo, pois lá são trabalhadas situações de conflito, ajudando no desenvolvimento social dos pequenos.

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