Um dia após a conquista do ouro e do recorde olímpico no salto com vara, o paulista Thiago Braz ainda não se acostumou com a nova realidade após o salto de 6,03 metros que o levou à vitória. “Não consigo descrever ainda quais são as sensações, como está sendo o dia para mim, é muito novo o que está acontecendo”, disse nesta terça-feira (16) em entrevista coletiva. A fala mansa de Thiago e a pouca intimidade com o assédio da imprensa escondem a maturidade e determinação que o levaram à medalha de ouro. “Eu já havia tentado saltar 6 metros e sabia que estava preparado. Quando chegou em 5,93 metros eu sabia que poderia brigar por uma outra cor de medalha diferente do bronze”, disse o atleta. Thiago agradeceu a vibração da torcida que o tempo todo esteve ao lado dele no Estádio Olímpico, o Engenhão. “A torcida me ajudou muito. Me arrepiei na prova, fiquei super emocionado. Mas não podia perder o equilíbrio, o foco. Não podia me deixar levar pela emoção, tentei canalizar toda a energia da torcida para uma boa direção.” Sobre as declarações polêmicas do treinador de Lavillenie, Philippe d'Encausse, ao jornal francês Le Monde de que o brasileiro teria vencido a prova por “forças místicas do candomblé”, Thiago, muito religioso, respondeu que teve a ajuda de Deus para saltar os 6,03 m. “Ele não sabe quem eu sou, com quem eu ando. E uma das coisas que ele não conseguiu reconhecer nos meus saltos era que eu tinha um pai, que se chama Deus. Ele pode chamar de sorte, mas eu tenho um cuidado de Deus. A gente vinha preparando para que o cenário dos Jogos Olímpicos fosse voltado para mim e Deus me honrou naquele dia.”