O presidente Michel Temer afirmou que irá combater os críticos que acusam o seu governo de querer retirar direitos dos trabalhadores. Em um duro discurso nesta quarta (14), o peemedebista afirmou que irá desmentir versões "que correm pelas ruas" e que é desagradável imaginar que "somos um governo cidadão tão estupidificado, tão idiota que chega ao poder para restringir os direitos dos trabalhadores, para acabar com saúde e para acabar com educação".Temer pediu ainda que os deputados e senadores de sua base aliada usem as tribunas da Câmara e do Senado para rebater as acusações de que a proposta enviada ao Congresso para estabelecer um teto para os gastos públicos afetará o montante dos recursos destinados à saúde e educação."E eu digo com isso, e peço licença para dizer que isso é inadmissível porque quando nós falamos em teto de gastos, estamos falando da totalidade dos gastos. Do teto de gastos públicos. É preciso que tenhamos consciência disso. Os deputados e senadores vão para a tribuna e contestem aqueles que possam eventualmente vilipendiar os fatos", afirmou.Temer participou de um evento no Palácio do Planalto nesta manhã em que o ministro da Saúde, Ricardo Barros, apresentou as ações da pasta para a gestão da melhoria da saúde pública.
IMBRÓGLIO
Temer subiu o tom quando falou sobre o imbróglio causado pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que afirmou em reunião com sindicalistas que os trabalhadores poderiam ter uma carga horária de até 12 horas. O presidente rebateu a tese e explicou que a carga horária seria apenas para as categorias que aceitassem em convenção e com dias de folgas estabelecidos."E o que bombou nas redes foi isso de que o governo estava exigindo 12 horas por dia. [...] Mas isso é o que interessou aos jornais, é o que se alardeia ou que se divulga, e se deixa de reproduzir a verdade dos fatos. Isso cria problemas para nós porque, convenhamos, é desagradável de imaginar que nós somos um governo cidadão que, com o perdão da palavra, tão estupidificado, tão idiota que chega ao poder para restringir os direitos dos trabalhadores, para acabar com saúde, para acabar com educação", disse Temer.O presidente ressaltou que as informações correm em velocidade muito maior hoje em dia por causa das redes sociais que, para ele, "têm poder extraordinário". "É preciso combatê-los e eu vou combatê-los. Não vamos permitir que se faça isso. Nós queremos, por acaso, o mal do país? Ao contrário", completou.O presidente voltou a falar que o país precisa passar por sacrifícios para recuperar a economia mas enfatizou que não irá "tirar direitos de ninguém"."Essas vozes todas desconhecem que a responsabilidade fiscal é pressuposto de qualquer sistema público, de saúde e educação. Desconhecem que a proposta do teto não obriga qualquer redução de gastos em saúde e educação. E que a volta do crescimento do país reverberá em financiamento mais abundante para os serviços públicos", disse após citar o programa de concessões lançado nesta terça (13).
