Uma nova epidemia de cólera pode voltar a assolar o Haiti, após a passagem do furacão Matthew. O alerto foi dado por agências humanitárias das Nações Unidas na última sexta-feira (14). Além da cólera, outras doenças relacionadas a contaminação da água podem retornar ao país. O furacão atingiu parte sul da ilha caribenha. A Organização das Nações Unidas (ONU) ainda não registrou quantas pessoas foram infectadas ou morreram por consequência do contágio de cólera. A porta voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), Fadéla Chaib, afirmou que foram registrados mais de 470 casos suspeitos de cólera no país em apenas quatro dias, mas que nenhum deles pôde ser confirmado em um laboratório porque a rede ficou muito afetada pela passagem do furacão. "Cerca de 75% dos centros de tratamento de cólera ficaram destruídos ou afetados, enquanto 50% dos centros sanitários ficaram afetados", afirmou Fadéla. O número é considerado normal, pois antes do furacão, eram registrados, em média, 700 casos por semana. O temor de uma epidemia é diante do fornecimento de água potável que ficou interrompido, e com os serviços de saneamento, que ficaram inutilizados. Além da doença cólera, podem surgir outras doenças relacionadas com a contaminação de água, como a gastroenterite, que pode ser mortal no caso de pessoas especialmente vulneráveis, como crianças menores de cinco anos e idosos. A partir deste final de semana, a OMS vai mapear áreas de risco e enviará 1 milhão de doses de vacina à ilha nos próximos dias. O atual surto de cólera foi introduzido no Haiti por um contingente do Nepal que integrava as forças de paz da ONU na ilha para ajudar após o terremoto de 2010. Desde então, 800 mil pessoas se infectaram com a doença, das quais 96.300 morreram, segundo dados da OMS.
