O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, anunciou nesta quinta-feira hoje (24) que o governo prepara edital de concorrência pública para transferir ao setor privado a gestão do Parque Nacional do Pau Brasil, no município de Porto Seguro, no Sul da Bahia. Também terão gestão privada os parques nacionais de Brasília e da Serra da Bocaina (na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo). Estes locais serão os primeiros a ser oferecidos por uma questão de viabilidade econômica. Existe uma grande complexidade envolvendo as parcerias como, por exemplo, o estudo sobre potencial de retorno econômico, segundo o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Ricardo Soavinski. “Se não tiver viabilidade não vai aparecer ninguém [interessado]”, observou . Segundo Soavinski, historicamente, os recursos públicos são insuficientes para as necessidades de investimentos em conservação, manejo e melhorias nas reservas naturais. Com as parcerias, ele acredita que irá aumentar essa capacidade. Além dos parques estaduais e municipais, existem 236 reservas sob responsabilidade do governo federal, com área equivalente a 9% do território nacional. Sarney Filho e Soavinski participaram nesta quinta-feira do Fórum Parques do Brasil, promovido pelo Instituto Semeia, em São Paulo. Pedro Passos, conselheiro do Instituto Semeia, considera que deveriam ser adotadas no Brasil as experiências bem-sucedidas no exterior de gestão participativa na exploração do uso dos parques nacionais para visitação pública. Ele citou um levantamento do Instituto Semeia, o qual indica que os parques nacionais americanos recebem, anualmente, cerca de 200 milhões de pessoas, número muito acima do registrado no Brasil, que soma em torno de 15 milhões. Entre os locais pesquisados no Brasil estão as Cataratas do Iguaçu, no Paraná; Fernando de Noronha, em Pernambuco; a Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro; Ilhabela, no litoral paulista; e os Lençóis Maranhenses, no Nordeste do país. Passos defende a construção de projetos de uso público dos parques elaborados em conjunto com a participação de empresas, governos e organizações não-governamentais. “O parque tem de estar limpinho, tem que ter banheiro, restaurantes e, em alguns, tem de ter hotéis e atividades esportivas. E o ministro Sarney manifestou aqui que está indo para essa direção”, disse ele. (Agência Brasil)