Os índices econômicos do Nordeste destacam o desempenho positivo do setor industrial como um início de estabilidade e uma possível retomada de crescimento no setor para a região. A informação é do Banco Central do Brasil (BC), que informou em Salvador, o boletim regional, com dados e indicadores econômicos de cada região do país. A produção industrial da Região Nordeste recuou 0,9% no trimestre encerrado em agosto, após a expansão de 3% no trimestre anterior, índice considerado como positivo no relatório do Banco Central e que pode resultar em possíveis repercussões positivas sobre as demais atividades econômicas do Nordeste, como a agricultura, o comércio e a construção civil, que tiveram desempenho negativo. Na indústria, o relatório destacou índices negativos nas atividades de metalurgia e coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, na Bahia, no entanto, outros dois importantes estados da região no setor industrial – Ceará e Pernambuco – cresceram no trimestre encerrado em agosto. Apesar do bom desempenho no setor da indústria, a economia do Nordeste continuou retraída pelo terceiro trimestre consecutivo deste ano, interferindo diretamente no comércio, na agricultura e na construção civil. O comércio varejista da região obteve queda de 2,3% no trimestre encerrado em agosto, por exemplo. No mesmo período, o comércio ampliado – relacionado à demanda do consumo das famílias – obteve recuo de 2%. O boletim regional divulgado pelo Banco Central do Brasil apresentou uma seção específica sobre a Bahia, que representa a maior fatia (27,8%) de todo o PIB do Nordeste, referente a 2014. Em contrapartida, o Estado apresentou o maior índice de desemprego de toda a região (15,9%), em 2016: o equivalente a 4,1 pontos percentuais (p.p) a mais que a taxa de desemprego nacional e 1,8 p.p acima do índice regional. Apesar de o Estado ainda ter maior atividade econômica centralizada na Região Metropolitana de Salvador, o perfil econômico da Bahia vem ganhando uma mudança significativa, devido à “descentralização e desconcentração” das atividades econômicas. Segundo a coordenadora da Gerência Técnica de Estudos Econômicos em Salvador, Itamar Marins, esse processo de diversificação se deu com a chegada da indústria automobilística, a celulose no Extremo-Sul da Bahia e a indústria de borracha. “O processo de descentralização já ocorre porque a produção de celulose é no extremo Sul do estado, isso mostra que não há investimento somente na região metropolitana de Salvador, com a indústria petroquímica”, explicou a coordenadora, que destacou, também, a geração de energia eólica, como setor responsável pela diversificação e descentralização na economia da Bahia. De acordo com o boletim do BC, o crescimento real do PIB baiano apresentou, nos dois últimos anos, melhor desempenho que o Brasil. Em 2014, o estado teve crescimento de 2,3%, enquanto o Brasil cresceu 0,5%. Em 2015, no entanto, a Bahia teve queda no PIB equivalente a 3,2%. O PIB brasileiro caiu mais ainda: 3,8%. (Agência Brasil)