
Adventista, Amanda Pereira, 18 anos, viu a alteração com bons olhos. Por conta da religião, até o ano passado, os sabatistas, pessoas que guardam o sábado, passavam a tarde toda do primeiro dia de prova em uma sala até que o sol se pusesse para, então, fazer o Enem à noite. Amanda fez o exame em 2014 e prometeu para si mesma que não repetiria a experiência. "Foi muito cansativo, não consegui lembrar de muita coisa, estava muito cansada para ler as questões. No domingo, estava mais cansada ainda", diz. A estudante que cursa letras inglês em uma instituição particular vai fazer o Enem este ano para tentar ingressar em uma instituição pública. "Agora, eu animo." A alteração trouxe, no entanto, desvantagens para quem pretendia fazer a prova em outra cidade. A estudante Maya Carvalho, 18 anos, mora em São Paulo, mas grande parte da família está em Brasília. Em 2016, ela fez a prova na capital federal. Agora, viajar dois finais de semana seguidos será inviável. "Prefiro ficar perto da família por conta do apoio, meu pai vai comigo até a porta da sala para me abraçar. Agora, vai ficar difícil porque terei aula na semana de intervalo entre as provas", diz. Sobre a aplicação em dois domingos, Maya teme prejuízo para os alunos. "Eu acho meio estranho porque ao mesmo tempo em que há a ideia de que é possível se recuperar para a próxima prova com mais tranquilidade, pode-se também perder o foco dos estudos."