Edital para pessoas trans suspenso pelo MEC deve ser retomado, diz MPF-BA

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou à Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) que restabeleça o processo seletivo específico para pessoas transgêneras e intersexuais. 

O edital foi suspenso após intervenção do Ministério da Educação (MEC), conforme anúncio feito pelo presidente Jair Boslonaro. A universidade tem campi em São Francisco do Conde, na Bahia, e nas cidades de Aracape e Redenção, no Ceará.

O Metro1 ainda não conseguiu contato com a instituição para comentar o assunto. Em agosto desse ano, a universidade já havia anunciado que iria propor um novo edital.


De acordo com o MPF, o documento foi assinado ontem (24) pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão na Bahia, Gabriel Pimenta Alves.


A Unilab havia lançado em julho deste ano, um processo seletivo específico para candidatos transgêneros e intersexuais, para o provimento de 120 vagas ociosas nos cursos de graduação presencial.

O cancelamento, no dia 17 de julho, foi com base em parecer jurídico que entendeu ser desproporcional a reserva de vagas para um único grupo social, segregando os demais. 

Na recomendação, a procuradoria apontou que a autonomia universitária prevista na Constituição Federal garante às instituições de ensino superior a discricionariedade, ou seja, liberdade de ação administrativa, para criação de políticas afirmativas de reserva de vagas para grupos que são alvo de preconceito, marginalização ou outro tipo de barreira social. Para o MPF, seria indevida a intervenção de outro órgão nesse tema.

Sobre a suposta desproporcionalidade da medida, o procurador regional dos Direitos do Cidadão na Bahia sustenta que não houve reserva da exclusividade das vagas a um único grupo da sociedade, já que a Unilab também publicou editais de outras seleções, tanto para ampla concorrência quanto para índios e quilombolas.

O MPF ainda lembra que a seleção destinada a pessoas transgêneras e intersexuais era apenas para vagas ociosas, as quais devem ser preenchidas pela administração sempre que possível, em respeito aos princípios da administração pública como proporcionalidade e da eficiência.

O Ministério Público Federal também cita estudos que apontam que o Brasil é um dos países mais violentos do mundo para a população LGBTI+, com 420 mortes somente no ano passado, em decorrência de discriminação. 

Ao constituir uma minoria socialmente vulnerável, para o MPF, a situação do grupo LGBTI+ exige políticas públicas afirmativas específicas por parte do Estado, para que possa ter acesso a seus direitos básicos.(Metro1)



Atenção: os artigos deste portal não são de nossa autoria e responsabilidade.
Nós não produzimos e nem escrevemos esse artigo qual você esta lendo.

Entenda: nosso site utiliza uma tecnologia de indexação, assim como o 'Google News', incorporando de forma automática as notícias de Jacobina e Região.
Nossa proposta é preservar a história de Jacobina através da preservação dos artigos/relatos/histórias produzidas na internet. Também utilizamos a nossa plataforma para combater a desinformação nas redes (FakeNews).

Confira a postagem original deste artigo em: http://www.jacobinanews.com/

Em conformidade com às disposições da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018) e às demais normas vigentes aplicáveis, respeitando os princípios legais, nosso site não armazena dados pessoais, somente utilizamos cookies para fornecer uma melhor experiência de navegação.