Autoridades pernambucanas não descartam que a insatisfação de presos com as más condições do sistema carcerário do estado pode ter sido manipulada por grupos criminosos para produzir as cenas de violência e descontrole registradas nos últimos três dias, no Complexo Prisional do Curado, no Recife. Um sargento da Polícia Militar e dois detentos foram mortos antes que a rebelião chegasse ao fim. Dezenas de encarcerados ficaram feridos – parte deles está detida em caráter provisório, à espera de julgamento. “Os presos foram usados como massa de manobra. Não tenho a menor dúvida. Falta identificarmos a origem disso”, declarou o juiz Luiz Rocha, da 1ª Vara de Execuções Penais, no Recife. O juiz disse achar estranho que os protestos contra sua atuação no comando da 1ª Vara tenham ultrapassado os muros do Complexo do Curado – que está sob sua jurisdição – e chegado à Penitenciária Barreto Campelo, na Ilha de Itamaracá – sob a responsabilidade da 2ª Vara. Para o magistrado, isso é um sinal de que faltaram aos presos informações e conhecimento sobre o sistema jurídico.
