A Petrobras ainda corre o risco de ser declarada inadimplente em bilhões de dólares em dívida, mesmo tendo divulgado os resultados atrasados do terceiro trimestre dentro de um prazo autoimposto, disse à Reuters um hedge fund com sede em Nova York. A divulgação dos resultados sem as baixas contábeis relacionadas às denúncias de corrupção da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, pode até elevar o número de obrigações em contratos de dívida (covenants) e promessas a investidores que foram quebradas pela estatal, disse um executivo sênior do fundo Aurelius Capital Management. Em particular, o comentário da Petrobras na nota explicativa dizendo que os seus resultados do terceiro trimestre não auditados não atenderam plenamente às normas internacionais de contabilidade do International Accounting Standards Board (IASB) demonstra o descumprimento, disse o presidente do conselho do Aurelius Capital Management, Mark Brodsky. A Petrobras ressaltou na nota que as demonstrações estão de acordo com o IAS 34, "exceto pelos erros" nos valores de determinados ativos, cujos valores podem ter sido sobrevalorizados pela corrupção. "Apesar das garantias recentes, a Petrobras permanece inadimplente pela lei dos bônus em Nova York", disse Brodsky em comunicado enviado à Reuters. "Esses títulos exigem que a Petrobras divulgue suas demonstrações financeiras de acordo com as regras do IASB, mas a nota explicativa das novas demonstrações financeiras admite que não foram cumpridas." A Petrobras não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações do Aurelius. O Aurelius, um fundo de investimento com foco em "dívidas de risco", pediu em dezembro que investidores declarassem a Petrobras em default como "medida de precaução", segundo uma carta de 29 de dezembro.
