O dólar registrou sua 10ª queda consecutiva nesta sexta-feira (31), encerrando o mês de janeiro com uma cotação de R$ 5,83, o menor valor desde novembro do ano passado. Com esse desempenho, a moeda norte-americana acumulou uma desvalorização de 5,54% no mês, marcando o maior recuo mensal em 18 meses.
A movimentação nos mercados foi impulsionada pela divulgação de dados econômicos importantes, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, além das recentes decisões sobre a taxa de juros de ambos os países. No Brasil, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo IBGE, mostraram uma redução na taxa de desemprego para 6,2% no último trimestre de 2024, a menor já registrada na série histórica da pesquisa.
No cenário internacional, a atenção também se voltou para os dados de inflação dos EUA, com o índice PCE (medidor preferido pelo Federal Reserve) apresentando um aumento de 0,3% em dezembro e 2,6% no acumulado de 2024, dentro das expectativas do mercado. Por sua vez, o Ibovespa teve um desempenho negativo no final da sessão, apesar de ter acumulado ganhos ao longo do mês e da semana.
O que impulsionou o movimento do dólar e dos mercados?
O mercado brasileiro reagiu aos números positivos do mercado de trabalho, que, embora indicam uma redução do desemprego, também podem gerar pressões inflacionárias devido ao aumento da circulação de dinheiro com mais pessoas empregadas. Isso poderia levar o Banco Central a manter ou até aumentar a taxa de juros para controlar a inflação. Na quarta-feira (29), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa Selic para 13,25% ao ano, sinalizando uma possível nova alta nas próximas reuniões.
Além disso, as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuam a impactar os mercados. Em uma recente entrevista, Lula discutiu questões fiscais, a gestão da inflação e comentou sobre o papel do novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Ele também se posicionou sobre temas internacionais, como as relações com Donald Trump e as tarifas de importação dos EUA.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve manteve suas taxas de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano, mas sinalizou uma postura cautelosa, destacando que a inflação ainda está acima da meta e o mercado de trabalho permanece forte. A alta do índice de preços ao consumidor dos EUA, que fechou 2024 com um aumento de 2,9%, também foi um ponto de atenção para os investidores.
A expectativa é que o Fed continue sua política monetária restritiva, com a manutenção de juros altos, especialmente se o governo de Trump vier a pressionar por aumentos de tarifas, o que poderia gerar pressões inflacionárias adicionais. Por outro lado, a estabilidade da inflação dentro das previsões ajudou a aliviar as preocupações imediatas dos mercados, mantendo um cenário mais controlado para os investidores.
Em resumo, os dados econômicos positivos no Brasil e a expectativa sobre os próximos passos do Fed nos EUA ajudaram a gerar uma percepção de estabilidade, o que impactou diretamente na cotação do dólar e nos índices do mercado acionário brasileiro.
Fonte: G1
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