A atitude desrespeitosa da organização do Grammy Awards 2025 em relação a Milton Nascimento é inaceitável. Conforme denunciado por Esperanza Spalding em suas redes sociais, o artista brasileiro, que competia na categoria de Melhor Álbum de Jazz Vocal com o disco Milton + Esperanza, foi privado de um assento na área principal da cerimônia em Los Angeles, realizada no domingo, 2 de fevereiro. Para protestar contra essa injustiça, Esperanza foi ao evento segurando um cartaz com uma foto de Milton e a frase “This living legend should be seated here” — ou, em português, “Esta lenda viva deveria estar sentada aqui”.
Milton Nascimento, que estava presente nos Estados Unidos para a entrega do prêmio, merece ser tratado com o respeito que sua carreira e importância na música exigem. Ele não é apenas uma figura fundamental na música brasileira, mas também uma presença influente na cena musical americana, especialmente no jazz. Além disso, o álbum que ele compartilhou com Esperanza, Milton + Esperanza, é uma obra construída a quatro mãos, onde ele é tão co-autor quanto ela. Portanto, negar a Milton o direito de se sentar ao lado de Esperanza, sendo ambos responsáveis pela criação do álbum, soa ainda mais incompreensível.
Se ambos os artistas tivessem sido excluídos do acesso à mesa, ainda seria um tratamento injusto, mas pelo menos haveria uma aparente tentativa de igualdade. No entanto, o fato de apenas Milton ser negado o assento, enquanto Esperanza, uma das artistas do álbum, foi acomodada, é uma clara violação do princípio de justiça e respeito. Vale lembrar que Milton Nascimento já conquistou um Grammy em 1998, na categoria Melhor Álbum de World Music, por Nascimento (1997), e que em 1974 gravou o disco Native Dancer com o renomado saxofonista norte-americano Wayne Shorter. Aos 82 anos, Milton é uma verdadeira lenda viva da música, como ressaltado por Esperanza no cartaz de protesto.
Embora o álbum Milton + Esperanza não tenha vencido o Grammy 2025, sendo superado pelo disco A Joyful Holiday de Samara Joy, essa questão não está ligada à disputa musical em si, mas à falta de respeito com um artista do porte de Milton. A atitude da organização do Grammy, ao negar o assento a alguém com uma trajetória tão rica e marcante, merece um pedido de desculpas público, que, até o momento, parece estar ausente.
Fonte: G1
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