O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou nesta quinta-feira (13) planos para a aplicação de tarifas recíprocas mais amplas contra países que impõem impostos sobre importações americanas.
Essas novas tarifas não terão implementação imediata, pois a intenção é conceder um período para que os países afetados possam negociar novos acordos comerciais com os EUA, explicou um representante da Casa Branca. Contudo, a medida poderá ser aplicada dentro de algumas semanas, enquanto a equipe econômica e comercial de Trump avalia as relações comerciais e tarifárias entre os países.
Howard Lutnick, escolhido por Trump para o cargo de secretário de Comércio, declarou que cada país será tratado individualmente no processo. Ele afirmou que a conclusão dos estudos sobre o impacto das tarifas está prevista para o dia 1º de abril. Durante sua campanha, Trump prometeu reduzir os custos para os consumidores americanos, mas alertou que, inicialmente, os preços podem sofrer um aumento temporário.
As tarifas recíprocas foram um dos compromissos de campanha de Trump, sendo vistas como uma forma de equilibrar o comércio com países que impõem taxas sobre produtos dos EUA, além de combater o que considera práticas comerciais desleais.
Justificando a decisão, Trump mencionou o princípio da equidade ao comentar sobre as tarifas em suas redes sociais, pouco depois do anúncio oficial. “O que outros países cobrarem dos Estados Unidos, nós cobraremos deles — nem mais, nem menos!”, afirmou. Ele também destacou que países que utilizam o sistema de IVA (Imposto sobre Valor Agregado) serão tratados de maneira similar às tarifas aplicadas.
O presidente enfatizou ainda que não permitirá que mercadorias sejam enviadas por meio de terceiros países como forma de driblar as tarifas. Além disso, ele anunciou que serão estabelecidas regras para contrabalançar subsídios e barreiras comerciais não monetárias, como regulamentações excessivas, políticas cambiais desfavoráveis e restrições ao acesso de empresas americanas a mercados estrangeiros.
Trump argumentou que a medida trará mais justiça e crescimento para um sistema de comércio que considera desvantajoso para os EUA. Ele também destacou que empresas que fabricarem seus produtos dentro do território americano não serão impactadas por tarifas.
Antes do pronunciamento oficial de Trump no Salão Oval, um funcionário da Casa Branca informou que a prioridade será lidar com os países que apresentam os maiores superávits comerciais e as tarifas mais elevadas. A proposta de tarifas recíprocas de Trump corresponderia aos impostos cobrados por esses países sobre produtos americanos.
A medida também tem o objetivo de eliminar barreiras comerciais não tarifárias, como regulamentações complexas e subsídios governamentais que dificultam o acesso de produtos dos EUA a mercados externos. Paralelamente, o governo americano busca abrir negociações com algumas nações para reduzir esses obstáculos. Caso outros países concordem em reduzir suas tarifas, Trump indicou estar disposto a reduzir as tarifas dos EUA como contrapartida.
“Se os países quiserem baixar suas tarifas, o presidente está mais do que disposto a fazer o mesmo. Porém, devemos reconhecer que tarifas elevadas nem sempre são o maior problema em muitas situações”, comentou o funcionário.
Especialistas alertam que a implementação das tarifas pode aumentar o risco de inflação, um fator de preocupação, já que indicadores recentes apontam uma alta nos preços ao consumidor. Dados da Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos EUA divulgados na quarta-feira revelaram que os preços atingiram, em janeiro, o maior nível em um ano e meio.
No último dia 12 de março, Trump anunciou a aplicação de tarifas sobre todas as importações de aço e alumínio, decisão que gerou reações adversas de países como México, Canadá e União Europeia. Já Japão e Austrália indicaram que buscarão isenções dessas taxas.
A medida levou indústrias dependentes desses insumos a se prepararem para o aumento nos custos. Enquanto isso, ministros do comércio dos 27 países da União Europeia realizaram uma reunião por videoconferência para discutir uma possível resposta. Por ora, o bloco está focado em negociações sobre eventuais medidas retaliatórias para evitar uma escalada em disputas comerciais, segundo autoridades europeias.
Fonte: CNN Brasil
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