A economia da Alemanha pode enfrentar mais dificuldades nos próximos anos devido às tarifas comerciais dos Estados Unidos, afirmou Joachim Nagel, presidente do banco central alemão, nesta segunda-feira (17). Essas restrições podem limitar o crescimento do país, que já atravessa dois anos seguidos de contração.
Como maior potência econômica da Europa, a Alemanha enfrenta uma crise industrial agravada pela concorrência da produção chinesa subsidiada, que vem excluindo produtos alemães do mercado global. Esse cenário se soma ao aumento dos custos de energia no país, que compromete ainda mais sua competitividade.
O Bundesbank analisou os possíveis impactos das tarifas propostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e concluiu que, embora a Alemanha sofra com essas medidas, os próprios Estados Unidos também seriam prejudicados, a ponto de os danos superarem qualquer benefício das barreiras comerciais.
Nagel alertou que a forte dependência da Alemanha das exportações a torna especialmente suscetível a esse tipo de política. Segundo ele, a produção econômica em 2027 poderia ficar quase 1,5 ponto percentual abaixo do esperado. O banco central alemão prevê que a economia do país crescerá apenas 0,2% neste ano e 0,8% em 2026, o que significa que um impacto negativo de 1,5% nos próximos três anos resultaria em mais retração econômica.
“As tarifas, ao contrário do que foi anunciado pelo governo dos EUA, trariam consequências negativas também para os próprios norte-americanos”, afirmou Nagel. Ele explicou que a perda do poder de compra e o aumento dos custos dos insumos intermediários superariam os possíveis ganhos para a indústria dos EUA.
Fabio Panetta, líder do banco central da Itália, compartilhou dessa visão e destacou que, se todas as tarifas sugeridas antes da eleição fossem implementadas e provocassem retaliações, o PIB global encolheria 1,5 ponto percentual, enquanto a economia dos EUA sofreria uma queda de 2 pontos percentuais.
Panetta apontou ainda um risco adicional: as empresas chinesas, impedidas de acessar o mercado americano, poderiam buscar novas oportunidades em outros países, ameaçando diretamente os produtores europeus.
Quanto à inflação, os modelos do Bundesbank apresentaram previsões divergentes. Enquanto um deles indicou impacto reduzido, outro sugeriu um forte aumento da pressão sobre os preços, resultado das tarifas retaliatórias sendo repassadas aos consumidores e de um euro desvalorizado encarecendo os custos de importação, conforme destacou Nagel.
Fonte: CNN Brasil
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