Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, está determinado a pôr fim à guerra entre Rússia e Ucrânia a qualquer custo, mesmo que isso signifique ignorar as garantias exigidas pelos ucranianos. Essa é a avaliação do analista sênior de Internacional da CNN, Américo Martins.
Ele aponta que as negociações recentes na Arábia Saudita, realizadas sem a presença de representantes ucranianos, representam um avanço significativo rumo ao fim do conflito. No entanto, Martins ressalta que essa movimentação desconsidera as preocupações dos ucranianos, que são os principais afetados pela guerra.
Linha de frente pode ser congelada
Com as forças russas ocupando quase 20% do território da Ucrânia, o analista alerta para o risco de que um eventual acordo acabe consolidando essa ocupação, na prática concedendo uma vitória estratégica a Moscou. Além disso, ressalta que os interesses dos países europeus também estariam sendo negligenciados nesse processo.
Declaração de Trump e encontro com Putin
Trump demonstrou insatisfação com a postura da Ucrânia, sugerindo que o país poderia ter encerrado o conflito antes, caso tivesse aceitado as exigências da Rússia. Essa visão ignora a insistência de Kiev em manter sua integridade territorial e garantir sua segurança a longo prazo.
Martins também mencionou a possibilidade de um encontro entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin ainda este mês, possivelmente na Arábia Saudita. No entanto, o Kremlin indicou que a cúpula pode precisar de mais tempo para ser organizada. Caso ocorra, será a primeira reunião entre um líder russo e um presidente dos EUA desde 2021.
Termos da paz em debate
Apesar dos avanços diplomáticos, o analista reforça que a grande questão continua sendo as condições desse acordo e as garantias que deverão ser oferecidas à Ucrânia. Enquanto isso, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky busca apoio da União Europeia e enfatiza a necessidade de respaldo dos Estados Unidos para assegurar a defesa de seu país.
Fonte: CNN Brasil
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