“Adolescência”: a polêmica série da Netflix que escancara o bullying e a violência juvenil

Desde que chegou à Netflix no dia 13, a produção britânica “Adolescência” tem sido motivo de debates entre o público e já recebeu o título de série mais marcante do ano em algumas publicações. Em apenas quatro dias, acumulou 24,3 milhões de visualizações na plataforma, levando à tona a história de Jamie (Owen Cooper), um jovem de 13 anos acusado do assassinato de uma colega de escola.

Mais do que narrar esse crime chocante, “Adolescência” provoca reflexões sobre questões como o impacto das redes sociais na vida dos adolescentes e a influência da masculinidade tóxica. Entre os temas levantados, um dos principais é o papel que as escolas podem desempenhar no combate ao bullying.

A abordagem da minissérie sobre violência física e psicológica no ambiente escolar gerou discussões sobre sua efetividade em ampliar o debate sobre essas questões. O educador Carlos Coelho, fundador da consultoria Nova Educa, acredita que a produção pode ajudar professores e profissionais da área a compreender melhor o bullying e seus impactos. Além disso, ele defende que conteúdos audiovisuais, como séries, filmes, vídeos curtos e até memes, podem ser ferramentas eficazes para iniciar conversas relevantes com os alunos, já que dialogam diretamente com sua linguagem.

Por outro lado, o psiquiatra e psicoterapeuta Wimer Bottura, que preside o Comitê de Adolescência da Associação Paulista de Medicina (APM), tem uma visão crítica sobre o consumo de séries em geral. Para ele, essas produções podem gerar dependência, aumentando a ansiedade, prejudicando o aprendizado e afetando os relacionamentos interpessoais. No entanto, Bottura reconhece que discussões geradas em torno de narrativas como a de “Adolescência” são positivas, especialmente quando incentivam diálogos dentro das famílias e das escolas.

O bullying não tem origem na escola

Segundo Bottura, um dos pontos mais relevantes abordados pela série é a necessidade de um esforço conjunto entre escola e família no enfrentamento ao bullying. Ele ressalta que, muitas vezes, a preocupação se volta apenas para a vítima, enquanto pouco se discute sobre os alunos que usam grupos de mensagens e redes sociais para humilhar e intimidar colegas. O especialista alerta que expulsar o agressor da escola não resolve o problema, pois ele simplesmente irá para outra instituição. Em vez disso, ele defende a responsabilização desses alunos, lembrando que há leis para lidar com essas situações.

Outro aspecto crucial apontado por especialistas é o papel da família no desenvolvimento do bullying. Embora o ambiente escolar seja o palco onde muitas dessas agressões ocorrem, sua raiz está dentro de casa. A falta de uma escuta sensível por parte dos pais pode fazer com que vítimas evitem compartilhar seu sofrimento, temendo julgamentos ou reações inadequadas. De acordo com o psiquiatra Bruno Pascale Cammarota, da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, essa omissão pode agravar quadros de ansiedade e depressão nos adolescentes.

Para Bottura, é fundamental lembrar que a escola tem o papel de ensinar, mas não de substituir a família na educação dos filhos. Ele destaca que, embora as mães costumem participar mais ativamente das discussões escolares, a presença paterna ainda é escassa. “Precisamos capacitar os pais para o exercício da paternidade”, conclui o especialista.

Fonte: CNN Brasil

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