Na última segunda-feira (24), um grupo de 199 venezuelanos deportados pelos Estados Unidos desembarcou na Venezuela, conforme anunciou o ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello. A chegada ocorreu após um entendimento entre os dois países para restabelecer os voos de repatriação.
Na semana anterior, um impasse diplomático agravou as já delicadas relações entre Caracas e Washington. Os EUA alegaram que a Venezuela estava bloqueando os voos de deportação, enquanto o governo venezuelano afirmou que eram os americanos que estavam impedindo a operação.
Paralelamente, um voo transportando venezuelanos deportados pousou no México, país que concordou em receber imigrantes de outras nacionalidades enviados pelos Estados Unidos.
Cabello afirmou que a irregularidade dos voos “não é responsabilidade da Venezuela” e que a continuidade dessas operações dependerá exclusivamente dos Estados Unidos. Como parte desse acordo, os deportados foram levados inicialmente para Honduras antes de serem embarcados pela companhia aérea estatal Conviasa, chegando a Caracas por volta da 1h da manhã, no horário local.
As tensões diplomáticas entre os dois países impedem que os Estados Unidos realizem deportações diretas para a Venezuela. Ainda assim, o Gabinete de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado norte-americano confirmou o voo por meio de uma publicação no X e manifestou a expectativa de que os voos de deportação para a Venezuela ocorram de forma mais regular daqui para frente.
A situação se desenrola em meio a uma nova controvérsia envolvendo o presidente dos EUA, Donald Trump, que recentemente acionou uma antiga lei de guerra para acelerar a deportação de supostos integrantes da gangue venezuelana Tren de Aragua. O grupo foi classificado por Washington como uma organização terrorista e inimiga estrangeira.
Embora um juiz tenha rapidamente suspendido a medida, o governo Trump conseguiu deportar mais de 200 venezuelanos, sendo 137 sob essa legislação, para El Salvador, onde estão presos em um enorme complexo antiterrorista.
O governo da Venezuela nega que os deportados tenham ligação com o Tren de Aragua, alegando que essa organização criminosa já foi desmantelada no país. Familiares e advogados dos imigrantes também contestam as acusações, afirmando que muitos foram deportados apenas por terem tatuagens, que autoridades de imigração dos EUA associaram a gangues.
Nesta segunda-feira (24), Cabello denunciou que os venezuelanos enviados a El Salvador estão sendo “mantidos como reféns” e exigiu que seus direitos sejam garantidos.
Fonte: CNN Brasil
O post EUA deporta venezuelanos para prisão em El Salvador enquanto Caracas reage apareceu primeiro em Jacobina Oficial.