Cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) identificaram a presença do parasita Spirometra spp. em onças-pintadas do Pantanal, organismo capaz de causar esparganose em seres humanos. Apesar de pouco comum, essa infecção parasitária pode provocar sérias complicações de saúde.
No estudo, 40 amostras de fezes de onças foram examinadas, revelando uma alta incidência do parasita. “Cerca de um terço das amostras testou positivo, um número considerável”, destacou Felipe Fornazari, professor da FMVZ e orientador do mestrado de Paul Raad.
A transmissão da esparganose em humanos acontece pelo consumo de água contaminada por copépodes ou carne mal cozida de hospedeiros intermediários, como anfíbios e répteis. Os parasitas alojam-se no tecido subcutâneo, formando nódulos, podendo se espalhar para músculos, olhos e sistema nervoso central, desencadeando dor, inflamação, convulsões e até cegueira. A forma mais rara e agressiva da doença, chamada esparganose proliferativa, permite a multiplicação e disseminação das larvas por vários órgãos.
O diagnóstico é realizado por exames de imagem ou remoção cirúrgica da larva, com confirmação laboratorial. A prevenção envolve a ingestão de água filtrada ou fervida e a cocção adequada de carnes. Embora a doença seja grave, os casos fatais são raros, mas o risco aumenta quando o parasita atinge o sistema nervoso central.
Nas onças, que funcionam como hospedeiros definitivos, o parasita desenvolve-se no intestino e é eliminado pelas fezes, sem causar danos significativos aos animais. O estudo, parte do mestrado do médico-veterinário Paul Raad, identificou o Spirometra spp. em amostras fecais coletadas entre 2022 e 2024 na Fazenda Piuval, Mato Grosso, utilizando técnicas de sequenciamento genético.
Fonte: CNN Brasil
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