Entre janeiro e julho de 2025, quase 77 mil queixas de crimes virtuais foram recebidas pelo Canal Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos. Destas, 64% — o equivalente a 49.336 registros —estavam relacionadas à exploração e ao abuso sexual infantil. O volume representa o maior número da história da plataforma e um crescimento de cerca de 19% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Entre os materiais ilegais, há desde montagens com influenciadores infantis, atrizes e até pessoas comuns até representações criadas do zero em formatos diversos — fotos, vídeos, textos, desenhos, áudios e animações —, todos enquadrados como crime, ainda que não envolvam crianças reais.
As informações foram apresentadas nesta quarta-feira (20) pela SaferNet, entidade que administra o serviço em parceria com o Ministério Público Federal (MPF). O relatório destaca o uso cada vez mais frequente de inteligência artificial generativa na criação de conteúdos criminosos, seja pela manipulação de fotos verdadeiras, seja pela produção de imagens hiper-realistas totalmente artificiais.
Segundo o levantamento, os efeitos psicológicos causados por esse tipo de conteúdo digital são tão nocivos quanto os do abuso físico direto. O artigo 241-C do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) já estabelece pena de 1 a 3 anos de prisão para a produção e divulgação de material manipulado de abuso sexual infantil.
O relatório ainda aponta que a divulgação do vídeo do youtuber Felca, no início deste mês, contribuiu para a disparada dos registros. Só em julho, mais de 6 mil denúncias foram recebidas, e mais da metade delas (52%) ocorreu após o vídeo viralizar, ultrapassando 47 milhões de visualizações.
Fonte: CNN Brasil
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