Entre Lula, Bolsonaro e Trump, o que importa é a sensação no carrinho do supermercado

Crédito: Jacobina 24 Horas/IA

Por José Antonio Valois

Pesquisa Quaest mostra que o bolso ainda decide mais que ideologia

A política é, antes de tudo, uma disputa pela mente das pessoas. Os números ajudam a iluminar o caminho, mas raramente falam por si. É por isso que pesquisas de opinião precisam ser lidas como um mapa de percepções e não apenas como estatísticas soltas.

Nos últimos dias, a Quaest, em parceria com a Genial Investimentos, trouxe dados valiosos. Eles revelam como os brasileiros estão percebendo a economia, a inflação e até o chamado tarifaço de Donald Trump sobre produtos brasileiros. Quem olha com atenção percebe algo crucial: mais do que ideologias, é a sensação do poder de compra que está movendo o humor político do país.

A frase célebre de James Carville, estrategista da campanha de Bill Clinton nos anos 1990, segue atual: “É a economia, estúpido”. No Brasil, Lula chegou ao Planalto com a promessa simbólica da “picanha no prato”. Mas a verdade é que vinha enfrentando desgaste. Agora, os números começam a sinalizar uma inflexão.

Veja um detalhe: na pesquisa anterior, 76% dos entrevistados disseram que os preços dos alimentos haviam subido. Hoje esse número caiu para 60%. Parece pouco, mas não é. Houve uma mudança de percepção. Quando o eleitor começa a sentir que o bolso respira, a percepção do governo muda junto.

Outro ponto: 86% dos brasileiros sabem do tarifaço de Trump, e 64% acreditam que isso vai aumentar os preços aqui. Nesse cenário, 48% avaliam que Lula e o PT agem corretamente, contra apenas 28% que veem acerto em Bolsonaro e seus aliados. É uma equação simples: percepção de inflação em queda somada ao alinhamento narrativo do governo gera recuperação política.

Lula venceu a eleição mais disputada da história recente. Ele sabe que qualquer melhora mínima no bolso pode ser convertida em narrativa de conquista. O que a pesquisa mostra é que essa percepção já começa a se desenhar.

Em comunicação política, isso é decisivo. Campanhas não se ganham apenas com programas de governo ou debates ideológicos. Ganham-se quando o eleitor acredita que a sua vida está melhorando. O marketing não inventa essa sensação, apenas amplifica.

No fim das contas, marketing continua sendo uma batalha de percepção. E é justamente por isso que, muitas vezes, nem sempre o melhor candidato ganha. Quem souber traduzir essa percepção em narrativa política terá sempre alguns passos à frente.

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