Os Caminhos do crescimento de Jacobina

Por Juman Valois, cidadão jacobinense, empresário

Jacobina, na Chapada Norte da Bahia, é uma cidade cuja história urbana começa a se revelar em detalhes aparentemente discretos, como a posição da cruz da Igreja da Missão. Desde cedo, esse marco sinalizava o rumo natural de sua expansão imobiliária. No entanto, por muito tempo, a população não assimilou tal direção. O apego à praticidade de estar próximo aos bancos, à feira livre e aos serviços centrais levou ao crescimento desordenado na área central, resultando na ocupação de encostas e terrenos nem sempre adequados.

Essa concentração trouxe benefícios imediatos, sobretudo em termos de conveniência, mas também impôs barreiras à expansão planejada e dificultou a organização do espaço urbano. Com o passar do tempo, porém, tornou-se evidente a necessidade de novas áreas para acolher a cidade em crescimento. Hoje, essa percepção se intensifica, sobretudo em direção ao oeste.

O bairro da Catuaba surge como símbolo desse novo ciclo. Ali já se encontram diferentes tipos de comércio, conjuntos habitacionais e serviços que antes se restringiam ao centro. Esse movimento reflete não apenas a expansão física da cidade, mas também uma mudança na mentalidade da população, que passa a valorizar o planejamento urbano e a distribuição mais equilibrada de serviços e residências.

Ao projetar o futuro, é possível vislumbrar uma transformação simbólica: o centro atual — onde se concentram a prefeitura, os bancos e o calçadão — tende a assumir o papel de centro histórico, preservando a memória coletiva e a trajetória de desenvolvimento da cidade. Enquanto isso, novas áreas em expansão deverão absorver as demandas crescentes de habitação, comércio e serviços.

Jacobina, assim, reafirma que seu crescimento urbano é fruto da interação entre escolhas políticas, geografia e consciência histórica. É nesse entrelaçamento que se constrói um futuro em que passado, presente e planejamento convergem de forma harmoniosa.

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