MORRER, PRA QUÊ?DIA NACIONAL DO IDOSO

Por Montiez Rodrigues – 

Enquanto múmias milenares são encontradas intactas e outros corpos desencarnados, cujos ossos alvejam campos de batalhas pelo mundo, e mais aqueles desaparecidos nos porões da ditadura e na guerrilha do Araguaia, uma família luta desesperadamente para enterrar um idoso de 72 anos(agora 78) morto há cinco anos. Isto foi noticiado no Jornal da Manhã há exatamente um ano. Segundo a reportagem, o idoso sofria de Alzheimer e morreu ao léu, sem lenço e sem documento. O corpo encontra-se no IML de Salvador desde seu falecimento, aguardando um exame de DNA.

O pobre é injustiçado até na morte. Nem o direito de ser enterrado tem já que foi esquecido em vida. Neste caso, se cristão, acreditou que na ressurreição dos mortos seu corpo se ergueria da cova para cumprir a sentença divina: ir para o céu ou padecer no inferno por toda a eternidade. Neste caso, bastará um sopro divino para descongelar seu corpo e trazê-lo de voltar à vida para ser julgado; se espírita, acreditando na reencarnação, reencarnado, viverá o ultraje de ver seu antigo corpo estendido numa gaveta do IML; se ateu, tanto faz já que morto jaz.

Parece que estas coisas não são incomuns nesta Bahia cheia de mistérios. No final da década de 50 do século passado, Jorge Amado descreveu a vida e as mortes de um funcionário público num clássico da literatura nacional: A MORTE E A MORTE DE QUINCAS BERRO D’ÁGUA. Sem nenhuma elegia a este cidadão esquecido, sequer só posso desejar que um dia a terra lhe seja leve.

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