O deputado estadual Robinson Almeida (PT) criticou, nesta terça-feira (6), o andamento da nova concessão das rodovias BR-116 e BR-324, durante audiência pública realizada em Feira de Santana. O processo de concessão das vias, denominado Rota 2 de Julho, está sendo conduzido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Falta de transparência e pressa
O parlamentar apontou preocupações com a velocidade das negociações e a falta de transparência, o que pode prejudicar a população baiana, especialmente com relação ao aumento das tarifas de pedágio e o prolongamento do contrato de concessão.
Na ocasião, Robinson Almeida destacou que a ANTT está agindo com pressa e sem a devida transparência. “A ANTT está com muita pressa e pouca transparência. Nem terminou a atual concessão e já está discutindo a próxima, sem garantir a participação da sociedade”, afirmou.
Ele também questionou a realização das audiências públicas, como a desta segunda-feira (5), em Salvador, e a desta terça (6), em Feira de Santana, enquanto o contrato vigente com a Via Bahia só se encerra no próximo dia 15 de maio.
Almeida destacou que as audiências públicas foram mal divulgadas, o que resultou em uma baixa adesão popular. Ele ressaltou a importância de uma maior participação da população nas discussões sobre o futuro das rodovias.
“O povo baiano não pode ser deixado de fora de uma decisão que impacta diretamente seu dia a dia. Esse processo é apressado”, enfatizou.
Preocupações com as tarifas e aumento de praças de pedágio
O deputado também denunciou que a nova proposta de concessão pode gerar prejuízos para os motoristas baianos. Segundo ele, a tarifa do pedágio pode passar de R$ 7 para mais de R$ 25 no trecho entre Salvador e Feira de Santana. Além disso, a quantidade de praças de pedágio ao longo dos 660 km das rodovias pode dobrar.
Diante desse cenário, Robinson Almeida apresentou um requerimento à Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), que foi aprovado, solicitando a convocação do diretor-geral da ANTT para prestar esclarecimentos sobre o processo de concessão.
Críticas à negligência da ANTT e falhas na modelagem da concessão
O deputado também criticou a ANTT pela negligência na fiscalização do contrato com a Via Bahia e apontou falhas técnicas no processo de modelagem da nova concessão. Segundo Almeida, o investimento de R$ 500 milhões do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para recuperação das rodovias, previsto para o período de transição entre concessões, não está sendo considerado na nova proposta.
“Estão calculando o novo contrato como se as estradas estivessem no estado atual, o que é um erro grave. Se tudo começar errado, a chance de terminar errado é grande”, alertou o parlamentar. Para ele, é fundamental que a ANTT reavalie o processo de concessão de forma mais cuidadosa.
Pedido para revisão do processo de concessão
Por fim, o deputado fez um apelo para que a ANTT interrompa o processo e reveja os estudos envolvidos na nova concessão. Ele destacou a importância de uma abordagem mais calma e planejada para evitar problemas semelhantes aos observados durante os 15 anos de contrato com a Via Bahia.
“Nós queremos uma estrada segura. Nós queremos um preço justo do pedágio. Nós não queremos repetir uma nova Via Bahia”, afirmou.
O deputado enfatizou que, com a pressa do governo federal, a Bahia corre o risco de enfrentar novos problemas, caso o processo de concessão seja feito sem a devida análise e a participação efetiva da população.
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