“Uma política monetária e fiscal contracionista é uma forma de combater a inflação e, portanto, os ajustes salariais também tendem a ser mais modestos”, afirma Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos. Na avaliação dela, o comportamento mais fraco do salário pode ser benéfico neste momento de recessão porque leva as empresas a demitirem menos. “Se os salários forem flexíveis, menos empresas vão ter de demitir.” Setores – Na análise dos dados do sistema Mediador, do MTE, por setor de atividade, a Fipe detectou que os trabalhadores celetistas da administração pública aparecem como os que tiveram o maior ganho médio nos 12 meses encerrados em junho de 2015, com aumentos de 2,7%, já descontada a inflação. Em seguida, aparecem os segmentos de limpeza urbana e asseio (2,3%), condomínios e edifícios (2,2%) e estacionamentos e garagens (2%). Os trabalhadores com carteira assinada de bancos e serviços financeiros aparecem em quinto lugar, com um ganho médio real de 1,8%. Na outra ponta, o setor do agronegócio da cana foi o único a registrar perda real nos reajustes médios dos últimos 12 meses até junho, com queda de 0,6%. Em penúltimo lugar, aparecem as empresas jornalísticas, em que o ganho real foi nulo, sendo os reajustes apenas suficientes para compensar a inflação. Os segmentos com menores ganhos reais médios foram de extração e refino de petróleo (0,2%), educação e formação profissional (0,3%) e indústrias extrativas (0,4%). No recorte geográfico, os cinco Estados com reajustes reais mais significativos foram Sergipe (1,42%), Ceará (1,41%), São Paulo (1,40%), Paraná (1,37%) e Alagoas (1,36%). Na outra ponta, reajustes no Acre (-0,22%) e no Amapá (-0,16%) impuseram perdas reais aos contratados com carteira assinada. Em seguida, aparecem Goiás com ganho médio de 0,37% acima da inflação, e Tocantins e Roraima, com 0,62%. Na avaliação do diretor de Pesquisa Econômica da GO Associados, Fabio Silveira, os próximos meses deverão ser de agravamento no mercado de trabalho com piora no emprego e na renda. “O que incomoda é que ainda não é possível visualizar uma retomada do País”. Com informações do Estadão Conteúdo/Notícias ao Minuto.
