A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA), condenou nesta sexta-feira, 21, o assassinato de 18 pessoas na chacina na Grande São Paulo ocorrida no último dia 13. Até agora, ninguém foi preso. A Comissão exigiu que o Brasil esclareça o “massacre”, puna os responsáveis e adote medidas para evitar que novos crimes do tipo ocorram. O órgão afirma que os assassinatos ocorrem em um “contexto de insegurança cidadã” em São Paulo e lembra que organizações, como a Anistia Internacional, já manifestaram preocupação com a morte de pessoas nas mãos de policiais do estado paulista. A CIDH pediu que o Governo de São Paulo “continue as investigações iniciadas de maneira pronta, objetiva e imparcial, e que siga todas as linhas lógicas de investigação, inclusive a hipótese de que os possíveis autores tenham sido oficiais de forças de segurança do Estado”. A Comissão é o principal órgão da OEA e tem como objetivo fiscalizar e garantir o cumprimento de direitos humanos. A Comissão lembra que, segundo dados oficiais, 56 pessoas foram mortas em massacres, até este momento, em São Paulo, no ano de 2015. Os dados fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo ao Instituto Sou da Paz, após pedido de acesso à informação, mostram que isso representa um aumento em relação ao ano anterior, quando se registraram 49 mortes em massacres para o ano inteiro. A polícia acredita que ao menos dez criminosos atuaram na chacina em Osasco e Barueri, divididos em três grupos diferentes. Os investigadores chegaram à conclusão após analisarem laudos periciais, cruzarem os tipos de armas e as munições, além de verificar filmagens e relatos de testemunhas. O governo Geraldo Alckmin (PSDB) está oferecendo uma recompensa de até R$ 50 mil para quem tiver informações que levem à prisão de suspeitos na chacina. Trata-se da maior oferta já feita para tentar solucionar um crime no Estado.(Estadão/BN)
