Suspeito de matar Nego Pom nega envolvimento no crime: ‘Estava dormindo’
Apontado como um dos suspeitos pela morte do dançarino Marcos Venício Santos de Jesus, 32 anos, conhecido como Nego Pom, Luan Marques Sampaio dos Santos, 18, o Marreta, negou envolvimento no crime. Segundo a Polícia Civil, Marreta ainda é suspeito de ter matado uma mulher em Periperi em fevereiro deste ano – ele também nega ligação com este crime e diz desconhecer a vítima.

No dia da morte de Nego Pom, Marreta afirmou que estava em casa, na Nova Constituinte, dormindo e acordou com o barulho de tiros. Ao sair de casa, já viu o corpo do dançarino e produtor caído na rua. “Estava dormindo. Não tive participação”, afirmou. O crime aconteceu no início da tarde do dia 21 de junho.
O delegado Jamal Amad confirmou a versão de que Nego Pom morreu por entrar na Nova Constituinte procurando por uma pessoa que faz parte de um grupo rival ao Bonde do Maluco, que age na região – Marreta seria ligado ao grupo criminoso. Três a cinco pessoas participaram do crime, atacando o dançarino, que foi morto com pedradas e tiros. A polícia ainda não sabe se foi Marreta quem atirou na vítima.
Marreta foi autuado por assalto e é investigado pelos dois homicídios. Além de Nego Pom, ele é apontado como envolvido na morte de Jucimara Soares da Silva, 23 anos, que foi morta na Nova Constituinte com vários tiros na cabeça.
Prisão
Marreta e um comparsa, Tiago dos Santos Bezerra, 22, foram presos pela Polícia Militar, enquanto roubavam uma moto em Paripe. Um terceiro envolvido fugiu. O trio parou um Celta vermelho na BA-528, próximo a um quebra mola, deixando o pisca alerta ligado, como se o veículo estivesse quebrado. Eles esperaram a primeira vítima parar no local. Um homem que passava de moto reduziu a velocidade e acabou sendo abordado pelo trio.
Em seguida, uma viatura da 19ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Paripe) passou pelo local e flagrou os criminosos. Enquanto Tiago e Marreta foram presos, o terceiro fugiu de carro. Segundo a polícia, Tiago não tem envolvimento com a morte do dançarino Nego Pom, mas a polícia encontrou com ele um revólver de calibre 38 e ele foi autuado por assalto a mão armada.
Crime
Guiado pelo GPS, Nego Pom queria chegar em Vista Alegre. No entanto, acabou parando na Nova Constituinte, em Periperi, território da facção Bonde do Maluco (BDM), local onde foi atacado a tiros e pedradas, no dia 21 de junho. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital do Subúrbio, mas não resistiu.

Segundo uma moradora da região, ele procurava, sem saber, uma pessoa ligada a uma facção rival. Marcos Venício era dançarino da banda Guetto é Guetto, que acabou após a morte dele.
“Ele estava de moto e visivelmente perdido. Perguntou como fazia para chegar em Vista Alegre, porque tinha que pegar o dinheiro na mão de um tal Jefinho para pagar a banda que produzia, a Hit Hall’s”, disse a mulher, que inicialmente não reconheceu o dançarino. “Eu o via com os dreads, mas como ele estava sem, nem liguei o nome à pessoa. Só alguns minutos depois que o reconheci, quando caído e coberto de sangue”, contou a mulher ao Correio.
De acordo com a testemunha, por volta das 15h, Marcos Venício entrou na Rua Ana Cristina, que liga a Nova Constituinte à localidade do Congo. Ele queria sair logo da Nova Constituinte e entrou por conta própria na Rua Ana Cristina, onde parou a moto em frente a um lava-jato. Em seguida, desceu falando no celular, como se estivesse querendo confirmar o endereço com alguém.