Cresce número de pessoas que buscam processo transexualizador; homens são maioria, aponta instituto

O Dia da Visibilidade Trans, comemorado neste domingo (29), vai ser celebrado com um gostinho diferente por Maria Eduarda. Ela é uma das transexuais que conseguiu atendimento pelo SUS e, há oito meses, se trata no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE). Maria Eduarda está entre os 85 novos pacientes que buscaram o processo transexualizador em 2016 no instituto. Um número que só cresce, de acordo com o SUS. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2015 e 2016, foi registrado aumento de 32% nos atendimentos ambulatoriais do país, passando de 3.388 para 4.467. Atualmente, o Brasil conta com nove centros, dois no Rio de Janeiro: IEDE e Hospital Universitário Pedro Ernesto, que ofertam procedimentos como terapia hormonal e acompanhamentos dos usuários em consultas no pré e pós operatório. Saiba mais…

Os homens que desejam se transformar em mulher são a maioria, um equivalente a 65% dos transexuais que se tratam no IEDE. Em nível nacional, dados do Ministério da Saúde indicam que o número de mudanças de sexo do masculino para o feminino cresceu 48%, de 23, em 2015, para 34 em 2016.Mas, segundo o instituto, o perfil dos interessados no processo está se alterando. “Observei um crescimento importante no último ano em relação às mulheres que desejam a mudança de gênero, já que os homens são maioria nesse processo, cerca de 65%. O conhecimento do que é ser transexual aumentou, antes, muitas mulheres não entendiam, achavam que eram lésbicas, agora, a informação chega até elas”, explica a médica Karen de Marca, coordenadora do ambulatório de disforia do IEDE. Pacientes esperam, agora, que além do procedimento clínico, a sociedade também aceite fatores como seus nomes sociais. “A Semana da Visibilidade Trans teve muita força, com muitos eventos. Com toda essa movimentação, temos esperança de que a Lei João Nery [que tramita na Câmara dos Deputados desde 2013 e busca garantir à população trans o reconhecimento a sua identidade de gênero] seja aprovada. Também festejo o fato de ter conseguido usar meu nome social na carteira da OAB”, conta Maria Eduarda, que atua como advogada da ONG Grupo Pela Vidda. Maria Eduarda nasceu com sexo masculino, foi batizada como José Jorge Aguiar da Silva, mas, aos 13 anos, viu que tinha algo diferente. Aos 30, começou a se transformar por conta própria. Tomou medicamentos que não eram indicados para seu organismo e não estava satisfeita com o corpo, até que começou, aos 36 anos, o processo pelo SUS, que lhe garante atendimento com psiquiatra a cada três meses, psicólogos todo mês, além de consultas com endocronologista e assistentes sociais. “Minha transexualização foi tardia. Infelizmente, ainda existe preconceito. As trans não conseguem emprego formal, acabam na rua ou se prostituindo. Comigo foi diferente. Quis programar a minha vida e comecei meu processo já pagando minhas contas e bem estabilizada”, revela a trans.

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