Nervoso, Ramhon Diaz depõe sobre rifas fraudulentas: ‘não sabia que era crime’

O influenciador digital Ramhon Dias, conhecido por seu conteúdo de humor e sorteios online, foi interrogado nesta quarta-feira (16), em audiência de instrução presidida pelo juiz Waldir Viana, da Vara de Organização Criminosa de Salvador, no âmbito da "Operação Falsas Promessas". A operação investiga um esquema de rifas fraudulentas e lavagem de dinheiro, no qual Ramhon é apontado como um dos principais envolvidos.

Durante o depoimento, Ramhon Dias, que possui cerca de 440 mil seguidores em suas redes sociais, narrou sua trajetória desde a adolescência, quando trabalhava com o pai no comércio, até construir uma carreira na internet, atuando no nicho de humor e como empresário e assessor de outros influenciadores. Ele também mencionou ter feito amizades com pessoas famosas e influentes neste período.

Nervoso durante o interrogatório, Ramhon afirmou que não considerava crime divulgar rifas e jogos de azar na internet. Ele alegou desconhecer a ilegalidade das rifas até o momento de sua prisão. "Como via outros influenciadores divulgando rifas, achei que era legal", justificou.

O influenciador admitiu ter ganhado "muito dinheiro" com as rifas, mas disse não saber o valor exato. Como exemplo de seu trabalho, ele mencionou sua parceria com o também influenciador Cristian Bell. Ramhon negou veementemente que o dinheiro obtido fosse fruto de lavagem de dinheiro ou tráfico de drogas, insistindo que tudo era resultado de seu trabalho lícito. "Fiz várias transações na vida, mas todas lícitas", declarou.

Contudo, Ramhon admitiu ter visto "muitas negociações" de Victor da Silva Moreira Paulo, o “Victor Cabeludo”, apontado nas investigações como o “cabeça” da organização, que movimentou R$ 23.485.183,32 sem origem lícita. O influenciador disse que Victor Cabeludo chegou a participar de rifas promovidas por ele. Ramhon também negou ter deixado de pagar ou entregar prêmios de suas rifas. Ele mencionou ter outras fontes de renda, provenientes de publicidade, inclusive com uma casa de apostas.

Denúncia detalha esquema e participação do filho menor

A denúncia apresentada pelo Ministério Público da Bahia (MPBA), detalha um esquema sofisticado de rifas fraudulentas, com o objetivo de lavar dinheiro obtido de atividades ilícitas. Segundo a investigação, Ramhon Dias utilizava sua influência digital para atrair um grande público para a página "@ramhonrealizapremiações", com mais de 84 mil seguidores, onde as rifas eram supostamente manipuladas.

A investigação aponta que o esquema contava com a participação ativa do filho menor de Ramhon, de 16 anos. Dados extraídos de um celular pertencente ao adolescente revelaram que ele realizava manipulações diretas nas rifas, utilizando CPFs de terceiros e falsificando dados dos ganhadores.

Mensagens trocadas entre o menor e David Mascarenhas, apontado como "braço direito" de Ramhon, detalham como eram ajustados dados fictícios para gerar "ganhadores" que mascaravam o propósito de lavagem de dinheiro.

Arsenal e ligações com o tráfico de drogas

A denúncia também destaca a apreensão de diversas armas de fogo na residência de Ramhon Dias, incluindo pistolas, carabinas e revólveres de calibres variados. Para o Ministério Público, esse arsenal possivelmente servia para assegurar as atividades ilícitas da organização criminosa, intimidando terceiros e protegendo os integrantes e os bens obtidos de forma ilícita.

Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) revelaram movimentações financeiras suspeitas de Ramhon Dias na ordem de R$ 19.955.648,00 entre 2021 e maio de 2024. Outro relatório bancário apontou que ele movimentou R$ 27.291.116,91 entre 2016 e 2022, com destaque para depósitos em espécie e transações via máquinas de cartão com descrições genéricas.

As investigações também apontam ligações de Ramhon Dias com indivíduos envolvidos com o tráfico de drogas, incluindo Marcos Henrique Ferreira e Ronald Victor Santos Maciel. Além disso, ele possui histórico policial por envolvimento com tráfico de drogas e um possível roubo a joalheria de Carlos Rodeiro, no Shopping Barra, em 2011.No momento da deflagração da operação, Ramhon tentou se desfazer de seu aparelho celular, arremessando-o pela varanda, numa tentativa de dificultar a investigação.

Ramhon Dias encontra-se atualmente cumprindo prisão temporária em decorrência da "Operação Falsas Promessas", acusado de lavagem de capitais, associação criminosa, tráfico de drogas e indícios de ligações com organizações criminosas. A Justiça ainda deve decidir sobre a manutenção da prisão preventiva do influenciador.

Fonte: Bnews

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