A decisão de abandonar o Brasil para enfrentar o front de uma guerra nunca é simples. Aos 31 anos, o baiano conhecido como Big Jhon, ex-radialista e morador do bairro de Cajazeiras, em Salvador, escolheu a Ucrânia como destino e o combate como missão. Hoje, longe da rotina da capital baiana, ele atende apenas por Arcanjo, codinome que passou a usar por questões de segurança e que o acompanha na linha de frente da defesa territorial contra a invasão russa.
A chegada ao país do leste europeu foi marcada por exaustão física e choque psicológico. Foram mais de 18 horas de viagem até o primeiro contato com o cenário de guerra.
A gente chega respirando a morte. Cemitérios, fábricas de lápide, o semblante pesado das pessoas. Apesar de tentarem viver normalmente, o clima é outro, relata Big Jhon, que ainda aguarda o primeiro contato direto com o campo de batalha, previsto para ocorrer nas próximas semanas.
Segundo ele, a decisão de se alistar foi motivada por três razões: justiça, vocação e condições financeiras.
O que a Rússia faz com o povo da Ucrânia é inadmissível, é como o que Israel fez com Gaza. Eu também já fui militar, entre 2012 e 2013, no Exército em Salvador. E o salário aqui também é atrativo. Juntei os três motivos e vim, explica.
Fonte: Bahia Notícias / Foto: Reprodução