Quatro pessoas foram detidas, nesta quarta-feira (2), após serem flagradas com armas e munições, no território indígena de Barra Velha, zona de tensão agrária localizada em Porto Seguro, cidade no extremo sul da Bahia.
Segundo a Polícia Federal (PF), o grupo foi encontrado durante um patrulhamento feito por agentes da corporação em conjunto com integrantes da Força Nacional, que têm reforçado o policiamento na área desde abril, por causa dos conflitos por terras entre indígenas e fazendeiros.
Entre os flagranteados, estavam dois adolescentes e dois adultos. Com eles, conforme detalhou a PF, foram encontradas:
- 1 pistola 9mm com numeração raspada;
- 1 pistola calibre .380, também com numeração raspada;
- 198 munições calibre 9mm;
- 135 munições calibre .380;
- 23 munições calibre .44;
- 27 munições calibre 5.56 deflagradas;
- 1 munição calibre 12;
- 1 munição calibre .22;
- 1 munição calibre .32;
- 2 carregadores alongados calibre 9mm com capacidade para 31 disparos cada;
- 4 carregadores calibre .380;
- 1 coldre de pistola 9mm na cor bege;
- 1 balaclava camuflada.
O material e os suspeitos foram encaminhados para a Delegacia da Polícia Federal de Porto Seguro, onde o caso foi registrado e os envolvidos autuados.
A PF será responsável por conduzir as investigações que apurarão a origem do armamento, possíveis conexões criminosas e demais circunstâncias relacionadas à ocorrência.
Reforço policial
Os agentes da Força Nacional de Segurança Pública enviados pelo Governo Federal chegaram a Porto Seguro no dia 28 de abril. Segundo o Ministério da Justiça, o grupo permanecerá no município por 90 dias.
O anúncio da chegada dos agentes foi feito no dia 17 do mesmo mês, dois dias antes da data em que foi celebrado o Dia dos Povos Indígenas.
⚠️ A Força Nacional de Segurança Pública é um programa de cooperação de Segurança Pública brasileiro, coordenado pelo Ministério de Justiça e Segurança Pública. Ela é composta por policiais militares, bombeiros, policiais civis e peritos, e é acionada em situações de emergência.
No dia 4 de abril, João Celestino Lima Filho, de 50 anos foi morto durante um conflito fundiário em uma fazenda na cidade de Prado, no extremo sul da Bahia. Segundo a polícia, 20 indígenas da Aldeia Reserva dos Quatis, pertencentes ao território Comexatibá, entraram na fazenda com o objetivo de retomar a área.
No mesmo período, um grupo de ocupou entrada do Parque Nacional do Descobrimento, também localizado na cidade de Prado. O grupo, que se identificou como juventude do Território Indígena Pataxó de Comexatibá, ficou cerca de 20 dias no local.
O objetivo era para pedir a homologação da terra indígena Comexatibá, que é alvo de disputa judicial há alguns anos.
Na nota enviada à imprensa na época da chegada do reforço policial no estado, o Governo Federal informou que a decisão de envio do grupo foi embasada na sugestão do Ministério da Justiça e Segurança Pública — corroborada pelo Ministério dos Povos Indígenas e pelo Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA).
Ainda segundo o Governo, a Força Nacional atua especificamente em áreas de interesse e serviços da União, em regime de cooperação com as autoridades locais.
A gestão federal ainda informou que vai manter as ações regulares de policiamento na região do extremo sul e seguirá atuando com a Polícia Federal para manter a ordem pública.
Fonte: G1 / Foto: Reprodução