O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) agradeceu a Donald Trump pela carta em sua defesa, na noite desta quinta-feira (17). O político reafirma que querem afastá-lo "do processo político".
Em vídeo, Bolsonaro diz entender que "eleições sem oposição são um golpe". Na sequência, citou o apoio do presidente dos EUA e leu o último parágrafo da carta publicada na rede Truth Social.
"É minha sincera esperança que o governo do Brasil mude de rumo, pare de atacar os opositores políticos e acabe com esse regime ridículo de censura. Estarei observando de perto", escreveu Trump.
Bolsonaro afirma está sendo julgado por um golpe "inexistente". "Estou sendo julgado por um golpe de Estado dado num domingo, sem tropa, sem armas. Com a minha presença nos EUA, algo completamente incrível. Um crime inexistente".
Carta de Trump
No documento, o presidente dos EUA elogia o mandato de Bolsonaro (2019-2022), critica o tratamento que ele tem recebido e menciona pesquisas eleitorais em que o político brasileiro aparece com vantagem sobre Luiz Inácio Lula da Silva.
Prezado Sr. Bolsonaro. Tenho visto o tratamento terrível que você está recebendo nas mãos de um sistema injusto que se voltou contra você. Esse julgamento deveria acabar imediatamente! Não me surpreende vê-lo liderando nas pesquisas: você foi um líder altamente respeitado e forte, que serviu bem ao seu país, escreveu Trump.
Em seguida, o estadunidense se diz preocupado com os "ataques à liberdade de expressão" e culpou o atual governo brasileiro.
Compartilho do seu compromisso em ouvir a voz do povo e estou muito preocupado com os ataques à liberdade de expressão — tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos — promovidos pelo governo atual. Tenho manifestado fortemente minha desaprovação, tanto publicamente quanto por meio da nossa política tarifária, afirmou.
Golpe de Estado
Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por incitação aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas por apoiadores do ex-presidente. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), há indícios que ele participou do planejamento da tentativa de golpe para impedir a posse de Lula.
Na última segunda-feira (14), o PGR pediu ao STF a condenação de Jair Bolsonaro e de mais sete réus do "núcleo crucial" da trama golpista.
No documento, que tem 517 páginas, o procurador-geral, Paulo Gonet, defende que o ex-presidente e os demais réus sejam condenados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
As penas máximas para os crimes passam de 30 anos de prisão.
Fonte: O Dia