Ararinhas-azuis que estavam em vida livre na Bahia testam positivo para vírus letal

O Instituto Chico Mendes (ICMBio) divulgou o resultado dos exames realizados nas 11 ararinhas-azuis que foram recapturadas no início de novembro por suspeita de circovírus, patógeno causador da Doença do Bico e das Penas dos Psitacídeos (PBFD), em Curaçá, no norte da Bahia. Todas testaram positivo.

Entenda

O circovírus é um patógeno potencialmente grave e letal. Segundo o ICMBio, ainda não se sabe como as espécies brasileiras reagirão ao vírus, uma vez que, até esta ocorrência, não existia registro da doença em animais de vida livre no Brasil.

Segundo o ICMBio, o circovírus não tem cura e mata a ave na maior parte dos casos. Os sintomas incluem a alteração na coloração das penas, falhas no empenamento edeformidades no bico. No entanto, este vírus não infecta humanos nem aves de produção.

Em 2022, um grupo de ararinhas-azuis do Criadouro Científico para Fins Conservacionistas do Programa de Reintrodução da Ararinha-azul foi solto em Curaçá, terra natal da espécie. No local, existiam 11 em vida livre.

Por causa do registro do circovírus, a soltura de um novo grupo de ararinhas-azuis, que estava prevista para julho deste ano, foi suspensa. O projeto será retomado assim que a situação sanitária estiver controlada.

O Instituto Chico Mendes informou que investigações vêm sendo realizadas para conhecer a origem do vírus nas ararinhas. O próximo passo é a separação segura entre animais positivos e negativos, para garantir que as medidas de biossegurança sejam incorporadas à rotina de manejo dessas aves.

Autos de infração

Após a detecção de circovírus em uma ararinha-azul, em maio deste ano, o ICMBio instaurou o Sistema de Comando de Incidente para gerenciar a emergência circovírus. O objetivo é impedir a disseminação do vírus para as aves e demais psitacídeos da região.

Após várias vistorias técnicas do ICMBio em parceria com Instituto Do Meio Ambiente E Recursos Hídricos (Inema) e Polícia Federal, foi constatado que os protocolos de biossegurança não estavam sendo seguidos pelo criadouro para fins científico do Programa de Reintrodução da Ararinha-Azul.

Com isso, BlueSky, empresa que gerencia criadouro em Curaçá, foi multada no valor aproximado de R$ 1,8 milhão.

Dentre as medidas exigidas, constava a limpeza e a desinfecção diária das instalações e dos utensílios, incluindo os comedouros onde era fornecida alimentação diária às aves de vida livre, os quais se encontravam extremamente sujos, com acúmulo de fezes ressecadas.

Também foi determinada a obrigatoriedade do uso de equipamentos de proteção individual pelos funcionários, porque eles foram flagrados com chinelos, bermuda e camiseta durante o manejo dos animais.

O Criadouro, anteriormente identificado sob a denominação Blue Sky, também foi alvo de operação pelo Inema, sendo autuado em cerca de R$ 300 mil. O criadouro é parceiro da organização alemã Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP, na sigla em inglês), que detém 75% das ararinhas registradas em todo o mundo.

Se as medidas de biossegurança tivessem sido atendidas com o rigor necessário e implementadas da forma correta, talvez a gente não tivesse saído de apenas um animal positivo para 11 indivíduos positivos para circovírus, relatou a coordenadora da Coordenação de Emergências Climáticas e Epizootias do ICMBio, Cláudia Sacramento, que está à frente da emergência. O que a gente espera é que o ambiente não tenha sido comprometido, ameaçando a saúde de outras espécies de psitacídeos da nossa fauna, comentou Sacramento.

Doença do bico e das penas

A doença do bico e das penas é uma doença viral grave fatal. Os veterinários apontam uma expectativa de vida para as aves doentes entre 6 e 12 meses.

O surgimento dos primeiros sintomas aparecem entre duas e quatro semanas após o contágio. A doença pode se apresentar de diversas formas conforme as idades das aves. Veja abaixo:

  • Forma precoce: As aves recém-nascidas podem adquirir o circovírus das mães. Elas apresentam apenas diarreia, já que bico ou unhas são raras nessa idade;
  • Forma aguda: As aves jovens apresentam alterações nas penas. Em alguns casos, elas podem ter comprometimento nos ossos, que partem.
  • Forma crônica: As penas das aves com idades a partir dos 3 anos geralmente se enrolam e ficam com formas estranhas. As cores também sofrem alterações. Já os bicos ficam inflamados, o que causa fortes dores às aves.


Fonte: G1 / Foto: Acervo ICMBio


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