Com um discurso mais apaziguador, como de costume, o ex-governador da Bahia e senador diplomado, Jaques Wagner (PT) defendeu uma oposição “menos frenética e intolerante” ao governo Bolsonaro, que se inicia em janeiro de 2019. Em entrevista, durante a diplomação dos eleitos em outubro último, o petista comparou à oposição ao governo Dilma, com aprovação de “pautas bombas”.
“A gente quando olha oposição a gente fica pensando na oposição que se construiu contra a Dilma […]. [Tem que ser uma oposição] menos intolerante, menos fanática. Isso não é o papel da oposição em nenhuma democracia do mundo. Mas não dá para falar. É esperar o que ele vai fazer”, ponderou Wagner ao falar de como a bancada de oposição deve se comportar no próximo ano.
Wagner ainda negou que o PT tenha dificuldades em fazer oposição ao governo Bolsonaro. Segundo ele, a sigla já tem experiência nas duas frentes (oposição e governo), o que facilita no posicionamento. Contudo avaliou que não é preciso “desembarcar logo criticando”. “Vamos aguardar as ações dele [Bolsonaro]. Tem se mostrado nas nomeações muito controvertido. Então prefiro aguardar. O PT não terá dificuldade. Já fomos oposição ao governo Collor, ao governo Fernando Henrique, tivemos 13 anos e meio de governo. Temos experiência dos dois lados. Não vejo dificuldades porque nosso ideário é muito diferente do ideário que ele tem apresentado. É importante fazer uma frente de partidos, de ideias. Em relação ao modelo econômico ele vai implementar o que acredita ser melhor. O programa de governo dele registrado no TSE não é claro. Mas eu prefiro aguardar”.
Diferente do também senador diplomado, Angelo Coronel (PSD), Wagner não vai aguardar seis meses ou fazer “quarentena” para se posicionar contra o presidente da República. “Não. Eu já sou oposição. A posição do meu partido e a minha pessoal não tem como comungar ao governo que se instalou. Eu não estou nessa dúvida. Eu sou oposição”.
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