Uma das promessas de campanha, o presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira (15) decreto que facilita as regras para o cidadão obter a posse de arma de fogo, o que permite guardá-la em casa ou em estabelecimento comercial do qual seja dono.
A medida torna possível adquirir até quatro armas, amplia o prazo de validade do registro de cinco para dez anos e, na prática, dispensa o cidadão de comprovar que tenha a “efetiva necessidade” de possuir armamento, o que era previsto pela legislação anterior.
O texto foi redigido primeiro pelo Ministério da Justiça, e Segurança, sob supervisão de Sérgio Moro, e depois foi concluído pela Casa Civil, chefiada por Onyx Lorenzoni. A forma final do decreto, no entanto, divergiu em pontos importantes os dois ministérios.
O texto encaminhado pela equipe de Moro previa apenas duas armas por pessoa — e não quatro — e, embora fixasse critérios objetivos para comprovar a efetiva necessidade, ele não contemplava 100% da população.
Outro ponto incluído após chegar à Casa Civil é o aval para escolas de tiro e entidades de tiro desportivo fornecerem a associados e clientes, mediante autorização específica, munição recarregada para uso nas dependências de treino ou prova. Especialistas temem o risco de a munição ser desviada para fora desses espaços.
Na assinatura do decreto, Moro não falou com a imprensa. À Globonews no fim da noite, disse que “na proposição de uma política pública, sempre há discussão intensa. As pessoas muitas vezes divergem e há mudanças de posição”. Segundo ele, houve críticas de vários lados, o que mostra que o decreto foi “ponderado”.
Exame